sábado, 10 de setembro de 2011

Quando contar sobre a imigração?

Acho que muita gente tem essa dúvida.

Qual seria o melhor momento de falar que vai se mudar para um país distante ou que está em processo de imigração?
Qual o melhor momento pra avisar amigos, familiares e patrões?

Sinceramente, não sei.


No meu caso, eu fui comentando sobre essa intenção "à prestação" aos nossos familiares e pouquíssimos amigos (poucos mesmo!)

A ideia surgiu em 2007... e em 2008 viajamos pra Toronto pra conhecer a cidade. Daí a ideia amadurecei mais ainda... e então passamos a comentar com mais frequência com os parentes que a ideia era real e tal... 

Sinceramente? Ninguém acreditou muito. 

Tipo.. "é fogo de palha deles.. acabaram de chegar de lá... estão deslumbrados..." 
E eles achavam difícil que a gente seguisse com plano, baseada também em nossa situação financeira, inglês e francês quase zero, e não ter nenhuma oferta de emprego lá...

E foi nesse ambiente de nenhuma motivação familiar que continuamos "sozinhos" o sonho... E que graças a Deus tem se tornado real... tem andado lentamente, mas tem andado.

É chato não ter essa motivação familiar. As vezes tudo que eu queria era que me perguntassem: Como está o processo? Está tudo bem? Precisam de alguma ajuda? Coisas simples, mas que demostrassem o interesse, e que apoiassem o nosso sonho. Acho que isso nos daria mais forças, sabia?

Acho que pra eles é algo tão tão distante... que nem sei se eles acreditam mesmo que vai rolar. E que realmente vamos pra lá um dia.
Pra mim, é algo que pode acontecer ano que vem mesmo.. dependendo do consulado federal. Ano que vem, está chegando né?

Apesar de meus familiares e poucos amigos saberem desse processo, resolvemos desde o principio prepara-los pra esse evento. 
Desde 2008 eles nos escutam falar sobre o processo, sobre entrevista, sobre etapa federal, etc...
Comentamos sempre... mesmo sem receber de volta um "Poxa, que legal, vamos torcer pra chegar logo"

Eu até entendo que pra eles é difícil né? Qual pai e mãe quer ver o filho morando lá longe? Me colocando no lugar deles tbm ficaria triste por essa etapa. Mas ao mesmo tempo faria tudo pra ajudar. Pra fazer dar certo, e que consigam realizar esse sonho tão tão esperado. Toda essa motivação nos daria mais forças quando chegarmos lá. Esse seria um grande diferencial.

Sobre o trabalho?

É algo bem mais delicado. Contar ou não contar?
Eu inocentemente "comentei" com algumas pessoas do meu trabalho "do meu interesse" de morar "Um dia" no Canada.

Maldita hora que fiz isso. A notícia se espalhou de tal forma, que fui até chamada pra prestar esclarecimentos sobre esse assunto....rs
Foi tenso... viu? rs

Não menti. Falei que realmente tinha intenção de "um dia" morar fora do país.... um dia! Não disse datas...rs 
Não disse que estava em processo... foi bem tenso! Na verdade, é verdade, realmente não tenho datas mesmo! rs

Mas ao mesmo tempo me senti um pouco aliviada, por contar que tinha essa ideia em mente. Sabia que isso poderia custar meu emprego. Pois me colocando no lugar da empresa, porque eles manteriam, ou investiriam numa pessoa que pensa em ir embora daqui um tempo? 
Mas graças a Deus estou empregada até agora....rs

Atualmente, onde trabalho, algumas pessoas sabem que tenho essa ideia de ir embora... mas nunca mais abri minha boca pra falar sobre o Canada. E quando alguém me pergunta, digo: "Ah... nem sei mais se quero ir pra lá.. é tão frio..." e mudo de assunto....rs

Sei que muita gente prefere manter sigilo absoluto, tanto com familiares, amigos e no emprego. Cada um tem seu motivo.

Eu não aconselho comentar muito sobre isso no trabalho.. pode ser perigoso.
Mas ao mesmo tempo, se vc tiver patrões "tranquilos" garanto que se eles souberem da sua intenção é um peso a menos nas suas costas. Pois no dia da sua partida nem será tanta surpresa assim pra eles.

E sobre a família. Depende muito de cada um tbm. Tem famílias que já vivem separadas, e que moram longe. Pra esses a imigração não é algo tão radical.

Outros que moram perto e que são mais "apegados" com a família.. esses sim, são um problema sério. Quando falar?

Se avisar do processo antes eles vão sofrer até o dia do seu embarque e depois do embarque também. E se contar quando tiver de malas quase prontas.. Será mais triste ainda.
É uma decisão cruel...Seja qual for.

O que fazer? contar ou não contar?

Au revoir!

5 comentários:

Green [Responder Comentário] disse...

Nossa me senti na sua pele,
ninguém da minha família apoia, acho que é um misto do que você falou, quem quer um filho morando longe neh, mas, os outros parentes eu acho meio que um egoísmo, não sei explicar. Os amigos mais íntimos nos apoiam, como sempre na vida... Realmente é uma loucura tudo isso, já contei aos poucos, mas também não sei a melhor maneira =D
Bjss e boa sorte!

Lu e Mar [Responder Comentário] disse...

Oi gente !

No nosso caso somente meu irmão sabe e um grande amigo nosso também !
No começo, sentimos uma "energia negativa" vindo dos familiares, principalmente mães alguma outra pessoa um pouco mais "familia".
Decidimos então, esquecer de comentar qualquer assunto com os negativistas e de comentar muito pouco com os positistas... esquisito não ?
Mas as coisas parecem andar bem melhor agora.
Quanto a comentar no trabalho... no nosso caso, NUNCA pois trabalhamos em uma rede de hospitais de reabilitação bem reconhecida e se este tipo de comentário aparecer é certo de duas coisas: perseguição ou a rua !

Abraços e sucesso para vocês !

Marcelo e Lu.

Anônimo disse...

Oi, obrigada pelo comentário no blog, respondi por lá o teu comentário. Quanto a falar, falamos pra a nossa família somente depois de 7 meses de processo federal, quase nenhum amigo sabe, e o povo no trabalho nem imagina. Acho que no trabalho só devemos contar quando formos pedir as contas mesmo, à menos que vc tenha um chefe bacana e que possa te demitir quando a hora chegar.
Boa sorte.

Anônimo disse...

Pois é no serviço só conto depois de ter passagem comprada e visto na mão mesmo tendo colegas que gostaria de contar!

Anônimo disse...

Oi, Monique!
Conosco o negócio é diferente. Eu sou servidora pública e aqui a coisa mais comum é as pessoas ficarem só até passarem em outro concurso público. Não é nenhum tabu o fato de eu trabalhar em um lugar que é pior que outros órgãos públicos e a grande maioria dos servidores está aqui só de passagem, só até arrumar algo melhor. Daí que não teve nenhum problema quando comentei com colegas de trabalho porque enfim, ninguém fica aqui pra sempre mesmo...

Já o Rafael, meu marido, trabalha na iniciativa privada e no caso dele é SIGILO ABSOLUTO! Não tem nenhuma possibilidade dele abrir a boca por lá: é rua na certa!

Quanto a família resolvemos abrir o jogo antes até de entrarmos no processo. Conhecemos nossos familiares e sabemos que eles são super dramáticos, então foi melhor avisar logo para dar tempo (muito tempo!) para digerirem a informação. Se eu contasse isso para minha mãe nas vésperas da viagem a coitada ia ter um treco e cair dura! Hahahaha!

Daí aconteceu algo engraçado, os pais se dividiram: o meu pai e a mãe do Rafa (que mora em Toronto) super nos apoiam. Meu pai vive falando que vai me visitar no inverno para conhecer a neve e a mãe do Rafa está feliz por nos ter a apenas 6 ou 7 horas de distância (vamos pra Montréal). Já a minha mãe e o pai do Rafa foram super dramáticos, fizeram draminha e não nos apoiam em nada! E ainda dão umas alfinetadazinhas de vez em quando, falando que vamos abandoná-los.

Mas enfim, nós somos muito independentes, mora cada um num canto e cada um cuida da sua vida! Hehehe...

Beijos,
Lídia.